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Empreendedores que abrem uma empresa por necessidade
O Brasil tem atualmente quase 10 milhões de pequenas empresas. Esse número cresce, em média, 10% ao ano. A Sala de Emprego vai mostrar uma tendência no mercado: pessoas que abrem uma empresa porque foram demitidas. Hoje, três em cada dez pessoas viram empreendedores por necessidade e isso pode ser um problema.
Muita gente chega otimista ao balcão de atendimento do Sebrae para se informar sobre como abrir uma pequena empresa. Leonardo Ribeiro quer mudar de vida depois que perdeu o emprego de mecânico de manutenção: “Tá muito difícil arrumar emprego e como não tenho opção preferi ficar no meu churrasco, montar o churrasquinho. Eu vou receber, em média, R$ 5 mil do meu acerto e vou comprar mesas, cadeiras, vou fazer uma estrutura na garagem, reformar a garagem toda, comprar churrasqueira, chapa”.
Ronaldo de Azevedo quer ir no mesmo caminho. Ele era despachante e foi demitido. Como não está conseguindo arrumar outro emprego, decidiu comprar duas motos e trabalhar por conta própria. “Ao lado da minha casa tem distribuidora de peças de veículos e fico olhando aquele movimento e, devido aquele movimento, acúmulo de veículos, tenho a decisão de fazer a própria entrega daquelas peças”, relata.
Leonardo e Ronaldo fazem parte de um grupo de 30% dos empreendedores brasileiros que abrem um negócio por necessidade. Para entrar no mundo dos empreendedores, não basta ter uma boa ideia e nem um dinheirinho guardado. É preciso fazer pesquisa de mercado, aprender como gerenciar e ter um plano para o desenvolvimento do negócio.
Isso tudo leva tempo e normalmente quem está desempregado tem pressa. É aí que mora o perigo. “Tem que ter calma e buscar orientação, porque o recurso que ele tem na mão é escasso e, em momento de crise, o mercado está mais competitivo, o consumidor some, você tem que ter mais criatividade. Não é só na estruturação da empresa, preparo na estruturação dessa empresa, mais criatividade para você conquistar esse cliente. E isso não vem sem experiência”, alerta Afonso Maria Rocha, diretor superintendente do Sebrae-MG.
Leonardo decidiu arriscar. Ele está desempregado desde fevereiro e sabe muito sobre contabilidade e finanças e aposta nisso para administrar o bar que ele acabou de abrir para vender churrasquinho: “O medo existe, mas é aquela questão do risco. O risco tem que ser corrido. Quanto maior o risco, maior o retorno que você tem. Claro que não é uma coisa que posso garantir que vai dar certo, mas se a gente trabalhar direito, fizer as coisas direitinho, como a gente ta fazendo, as perspectivas são ótimas”.
Experiência negativa
Da panificadora do Lucilo Cinalli só sobraram as fotos... e poucas, apenas três. Ele abriu a padaria assim que foi demitido de uma empresa de telefonia. Estava indo tudo bem, até que abriu um supermercado ao lado da panificadora. “Aí eu comecei a perder muitos clientes e a concorrência passou a ficar desleal e eu praticamente entrei em falência. Foi quando resolvi vender para sobrar ainda o que restou”, conta.
Antes de abrir a panificadora, Lucilo fez cursos, pesquisou o mercado, mas acabou tendo um prejuízo grande: R$ 60 mil. “Foi uma experiência muito cara. Eu brinco que foi uma faculdade bastante cara. Apesar de eu ter feito uma faculdade de administração de empresas, a parte da experiência, a prática, foi bem mais cara que o curso em si. Acho que a lição é que a gente aprende com os próprios erros e que, se a gente não tentar, a gente nunca vai saber o que poderia ter acontecido”, afirma.
Depois da experiência amarga de ser empresário, Lucilo voltou a ser funcionário em uma empresa de telefonia.
Jovens empreendedores
Seis em cada dez universitários brasileiros querem abrir uma empresa, segundo estudo da Endeavor e do Sebrae. Porém, não basta ser jovem e ter boas ideias. Experiências teóricas e práticas oferecidas ainda na faculdade podem fazer a diferença lá na frente.
“Eu acho que essas oportunidades que são criadas preparam esses alunos, esses empreendedores de fato, para que eles sejam muito mais competitivos no mercado e falhem menos”, explica Cynthia Serva, coordenadora do Centro de Empreendedorismo do Insper.
As turmas de economia e administração do Centro de Empreendedorismo do Insper colocaram uma empresa de pé. Eles produzem óculos de grau e doam a pessoas carentes, mas no futuro a ideia é vendê-los a um baixo custo.
“A gente teve que fazer uma pesquisa, desde análise de renda até cultural de todos os setores sócio-econômicos, para ver o nosso publico alvo e melhor público para atuar”, conta a estudante de administração Bruna Vaz.
Além dos professores, os estudantes tiveram a ajuda de empresários com palestras e patrocínio. “Eu consigo empreender, consigo meu negócio, consigo liderar uma equipe, como a gente fez aqui na faculdade, desenvolvemos várias competências, desenvolvimento de pessoas, liderança que a gente não teria tido a oportunidade se ficasse só numa sala de aula”, relata Ralf Toenjes, estudante de economia.
Fonte: Globo.com
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